Agências de viagens têm função “absolutamente de liderança” na captação de turistas para Portugal

Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT (Cont.8)
"O êxito do país turístico é, antes de mais, e sobretudo, o êxito do sector das agências de viagens", defende o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, que exemplifica: "quem ganha os negócios das grandes tour operações nas feiras são agentes de viagens; quem ganha as apresentações de carros que enchem o Algarve três meses no Inverno são agências de viagens".
A questão é que à falta de estatísticas que demonstrem essa relevância das agências de viagens na atracção de turistas para Portugal, estas continuam a ser muito mais vistas como empresas que ‘levam' portugueses para fora do país.
Pedro Costa Ferreira, porém, não dá a questão por encerrada
e avança ao PressTUR ter "alguma ambição" de no próximo ano, o último do seu
segundo mandato na presidência da APAVT, "de construir, com uma empresa de
consultores, algo mais em torno das estatísticas da intervenção das agências de
viagens" na captação de turistas para Portugal.
PressTUR: Se é inegável e se não é preciso grande explicação
sobre o interesse de atrair para Portugal um congresso da ABTA ou da DRV, para
as agências de viagens qual é o benefício?
Pedro Costa Ferreira: É absolutamente óbvio. Se tivermos a
noção de que a grande maioria do negócio que entra em Portugal é um negócio que
é dirigido ou intervencionado pelas agências de viagens, ao fazermos aumentar o
negócio de incoming estamos, obviamente e em primeiro lugar, a aumentar o
negócio das nossas agências de viagens. Não temos disso a menor das dúvidas.
PressTUR: O que nos leva a outra questão. As agências são
muito identificadas com o outgoing e quase como ausentes do fluxo de turistas
para Portugal...
Pedro Costa Ferreira: A pergunta é bem-vinda, porque quando
falamos de agências de viagens e do futuro não falamos do incoming. Eu julgo
que há uma razão para isso acontecer. Em meu entender, ou pelo menos de tudo a
que tenho tido acesso, é mais difícil construir estatísticas e números da
intervenção das agências de viagens na entrada de turistas estrangeiros, do que
propriamente perceber qual é a quota das agências de viagens, por exemplo, na
venda de bilhetes de aviação. Porém, eu acho que quem está na actividade, e não
apenas nas agências de viagens, mas quem está no turismo em geral, tem a noção
do que é a intervenção absolutamente esmagadora das agências de viagens em
segmentos tão nobres como por exemplo a organização de grupos, gestão de
negócios dos tour operators, charters, voos ponto-a-ponto. Em todas essas
áreas, as agências de viagens têm uma função, que não é só relevante, é
absolutamente de liderança. Quem ganha os negócios das grandes tour operações
nas feiras são agentes de viagens. Quem ganha as apresentações de carros que
enchem o Algarve três meses no Inverno são agências de viagens. Se alguma coisa
aí eu acho que temos que progredir é na construção dos instrumentos
estatísticos que o demonstrem. E tenho alguma ambição que no meu próximo ano de
mandato, que é o ano em que se fecha um ciclo político da APAVT, que é o meu 6º
ano, tenho alguma ambição, não sei se o vou conseguir, de construir com uma
empresa de consultores algo mais em torno das estatísticas da intervenção das
agências de viagens que permitam sustentar estatisticamente essa observação.
Porque concordo que tem que ser estatisticamente mais sustentada.
PressTUR: A imagem predominante, de facto, ainda é que o
agente de viagens ‘leva' turistas portugueses para o estrangeiro e quando se
fala do êxito de Portugal enquanto destino turístico nada disso se ‘cola' às
agências de viagens.
Pedro Costa Ferreira: Não consigo entender porquê. Eu
começaria por dizer que o êxito do país turístico é, antes de mais, e sobretudo,
o êxito do sector das agências de viagens. Agora, evidentemente, na cidade de
Lisboa, os alojamentos locais, algum novo tipo de turista, tem a mesma quota e
a mesma relevância das agências de viagens? Com certeza que não. E ainda bem. O
turismo está a crescer através de diferentes eixos. Agora o que é mais
importante para quem trabalha em agências de viagens e para quem tem agências
de viagens, nomeadamente de incoming, é se o eixo de intervenção da agência de
viagens está a crescer ou não. E está. Se está a solidificar-se ou não. E está.
Se, à parte destas constatações, há outros vectores que fazem com que o turismo
em si, do ponto de vista do destino Portugal, ainda cresça mais, são
bem-vindos.
PressTUR: Não tem que se estar a olhar para galinha do vizinho...
Pedro Costa Ferreira: Nada. Até por isto: quem vem para um
alojamento local através de uma low cost e por acaso não reservou numa agência
de viagens, provavelmente irá fazer animação turística ou irá fazer excursões
em Portugal e parte dessas excursões não tenho dúvida que estão a ser feitas
por agentes de viagens.
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