Nunca acreditaram. Sempre falaram e… nada fizeram!...

Por Pedro Costa Ferreira, Presidente da APAVT e Empresário
Uns disseram que «não haveria lei dos vouchers», claro que não, pois se «os agentes de viagens não têm voz em Portugal»…
Não perceberam o que desde sempre se soube. (i) Que trabalhar junto do Governo numa derrogação de uma lei, leva algum tempo, exige ponderação, trabalho conjunto e respeito pelos diversos interesses envolvidos; (ii) exige negociações com quem defende os consumidores, necessita percepção das consequências, requer que o Governo aceite a lógica de quem sugere uma alteração e escrutine se essa alteração prejudica outro interesse legítimo; (iii) sugere discrição, coisa difícil de entender num mundo onde só o palco valoriza.
Outros disseram, quando se defendeu que uma lei de
reembolsos de viagens organizadas ajudaria a defender o emprego e os direitos
dos consumidores, que ninguém defendia as agências de viagens.
Disseram… mas não entenderam, desde logo, (i) que não se
consegue manter o emprego sem se defender as empresas que o acolhem, as agências
de viagens; (ii) que uma das principais responsabilidades de um empresário é
justamente a protecção dos colaboradores que contratou; (iii) que a única via
para um futuro de porta aberta é a satisfação e a confiança dos clientes, e que
, no caso concreto, era necessário construir uma realidade jurídica que,
significando uma alteração de uma lei que trouxe grandes dificuldades às
empresas, mas também mais confiança dos consumidores como elemento
diferenciador, não traísse exactamente as justas expectativas do consumidor.
Não entenderam, em suma, (iv) que todo o jogo empresarial só nasce se se
descobrir um consumidor e só perdura se se criar valor para esse cliente.
Uns vieram dizer que não tinha a APAVT de falar de hotéis e
companhias aéreas, para defender uma nova arquitectura de reembolsos no sector
das agências de viagens.
Disseram…mas não alcançaram (i) que a cadeia de valor turística
serve o mesmo cliente; (ii) que o tempo que se está a dar às agências de
viagens seria estéril, se não se desse tempo aos hotéis e às companhias aéreas.
Porque, naturalmente, se, por não terem tempo, os hotéis e as companhias aéreas
falissem, o dinheiro dos reembolsos nunca entraria nas agências de viagens. Não
alcançaram, afinal, (iii) que as agências de viagens precisam de tempo única e exclusivamente
porque hotéis, companhias aéreas e outras empresas parceiras integrantes da
cadeia de distribuição precisam de tempo.
Os que disseram que não haveria lei dos vouchers, rapidamente
apareceram a dizer, quando a lei afinal apareceu (ups!...), que claro que tinha
de haver lei dos vouchers, era o que mais faltava, afinal toda a Europa
já a tinha adoptado, que o mérito da APAVT, obviamente, era nulo.
Disseram…mas não atingiram, desta vez, várias
circunstâncias. Em mais onze países europeus (ah… afinal não foram assim
tantos!...) existiu igualmente uma
alteração à Lei, mas nenhuma abrange um intervalo tão grande (13.03 a 30.09),
no que às datas de saída abrangidas diz respeito, como a portuguesa. Por outras
palavras, (i) nenhuma produziu mais segurança na operação às agências de
viagens, como a nossa. Por outro lado, em nenhum outro enquadramento
legislativo europeu sobre esta matéria a data do voucher a ser utilizado, antes
de poder ser convertido em dinheiro, foi «tão longe» como 31.12.2021. Por
outras palavras, (ii) nenhuma lei deu tanto tempo às agências para se
recomporem.
Para quem nunca pensou nas agências de viagens… tivemos
todos muita sorte!...
Uns e outros são sempre os mesmos. Nunca entendem, nunca
percebem, nunca alcançam, nunca atingem. Uniu-os neste cortejo, o que sempre os
uniu em anteriores procissões:
Nunca acreditaram. Sempre
falaram e… nada fizeram!...
Pedro Costa Ferreira
Presidente da APAVT e Empresário
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