Governo de São Tomé escolhe Ceiba/White para substituir euroAtlantic na STP Airways

A Ceiba, companhia de aviação da Guiné Equatorial, cujos voos para a Europa são operados pela portuguesa White, é a próxima parceira operacional da STP Airways, em lugar da portuguesa euroAtlantic, que é accionista e operadora dos voos da companhia são-tomense desde a sua fundação, em 2008.
A mudança, prevista para finais de Outubro, foi anunciada pelo ministro das Obras Públicas, Infra-estruturas, Recursos Naturais e Ambiente de São Tomé, Osvaldo Abreu, que em declarações à Agência Lusa revelou que o Governo de São Tomé e Príncipe assinou um memorando com a Ceiba nesse sentido.
O governante disse que a gestão da companhia aérea são-tomense, porém, não será abrangida num futuro acordo com a congénere da Guiné Equatorial.
O governante explicou que o memorando assinado em Malabo, capital da Guiné Equatorial, na semana passada, pelo presidente da STP Airways, António Aguiar, prevê que a Ceiba “vai colocar aviões ao serviço da companhia aérea nacional, que serão operados pela White”, companhia aérea portuguesa que já é a operadora dos voos da Ceiba, uma vez que esta está na "lista negra" da União Europeia e portanto não pode voar para a Europa.
“O acordo ainda está a ser negociado, mas há já um comprometimento das partes, que a Ceiba, companhia de aviação da Guiné Equatorial, passa a ser a próxima parceira da STP Airways, a transportadora de bandeira de São Tomé e Príncipe, após a retirada da euroAtlantic", afirmou Osvaldo Abreu.
O governante adiantou que após a saída da Euroatlantic, prevista para finais de Outubro, a Ceiba passa a assegurar ligações domésticas e internacionais para Portugal e outros países europeus, operados pela White.
Na operação está também envolvida a Ethiopian AirLines, da Etiópia, por ser a companhia que já tem um acordo de gestão com a Ceiba, adiantou.
Quanto à gestão da STP Airways, até agora assegurada pela portuguesa euroAtlantic, Osvaldo Abreu garantiu que “o que o Governo são-tomense pretende é que a companhia aérea venha a ser gerida por gestores da área da aviação com larga experiência no sector”.
“Para isso lançaremos em breve uma manifestação de interesse para a escolha de quem vai gerir a STP Airways”, referiu o ministro, não escondendo a vontade de ter um parceiro que fale português.
Em simultâneo decorre uma auditoria para avaliar a companhia aérea do país, que tem entre os seus principais accionistas a euroAtlantic, com 40% do capital, e o Estado de São Tomé e Príncipe, com 35%.
O objectivo é avaliar também a posição da euroAtlantic, que o Estado são-tomense “poderá vir a adquirir”, admitiu o governante.
Desde Junho, mês em que entrou em ruptura com a portuguesa Eurotlantic que o Governo são-tomense estava a trabalhar com a Guiné Equatorial na concretização de “uma aliança formal” entre as suas companhias aéreas, que deveria conduzir à saída da operadora de Portugal.
A posição consta de uma carta enviada por Osvaldo Abreu à Administração da euroAtlantic Airways, a que a agência Lusa teve acesso.
A euroAtlântic detém 40% do capital e a responsabilidade pela gestão da STP Airways, tendo igualmente um contrato de concessão do handling até 2020, que o Governo quer separar do transporte aéreo.
Na missiva, enviada depois de declarações públicas do ministro a anunciar a intenção de terminar o acordo para gestão da STP Airways em Outubro, Osvaldo Abreu evocou o estabelecimento de parcerias com a Guiné Equatorial em vários sectores, incluindo nos transportes, com vista a “uma aliança formal entre as companhias áreas dos respectivos estados arquipelágicos do Golfo da Guiné”.
Osvaldo Abreu apontou que a separação das actividades transportadora e de handling é “uma aspiração” do Governo que foi recomendada pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) e por organizações internacionais.
O fundador e presidente da euroAtlantic, Tomaz Metello, admitiu sair do capital e da gestão da STP Airways, mas após negociações.
Tomaz Metello explicou à Lusa que a concessão dos serviços de handling foi a condição para a empresa entrar no capital e na gestão da STP Airways, assegurando que sem esta operação não tem interesse em continuar a gerir a empresa são-tomense.
O empresário foi surpreendido com a decisão anunciada nos meios de comunicação social pelo ministro de terminar o contrato em Outubro, e lamentou que, com todos os governos com que lidou ao longo de 11 anos, só este tenha imposto esta situação.
O presidente da empresa sublinhou que uma saída do capital da STP Airways tem de ter a concordância do “accionista maioritário”, a própria EuroAtlantic, implicando a alteração dos seus estatutos.
O ministro são-tomense anunciou ainda a nomeação de um conselheiro “independente e especializado" no sector da aviação civil "para acompanhar o período transitório da operação até à conclusão da transferência de gestão e das participações da euroAtlantic".
A STP Airways foi constituída por escritura pública a 23 de Junho de 2008, tendo como accionistas a euroAtlantic airways, com 37%, o Estado de São Tomé e Príncipe, com 35%, o Banco Equador, com 14%, e a Golfo Internacional Air Sevice, com 14%.
(PressTUR com Agência Lusa)
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