Conselho Europeu quer fronteiras abertas na UE, mas com restrições para viagens não essenciais

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defende que as fronteiras na União Europeia (UE) devem permanecer abertas para garantir o funcionamento do mercado único, mas considera que devem ser implementadas "de forma coordenada" medidas para restringir as viagens não essenciais.
"Nenhuma proibição indiscriminada de viagens deve ser imposta", indicam as conclusões de Charles Michel publicadas no website do Conselho Europeu após uma videoconferência, ontem. com líderes da União Europeia para coordenar as medidas de combate à covid-19.
No entanto, acrescenta a informação, "podem ser necessárias
medidas que restrinjam viagens não essenciais na UE para conter a propagação do
vírus".
"Embora respeite os seus princípios, o Conselho poderá ter
de rever as suas recomendações sobre viagens intra-UE e viagens não essenciais
para a UE, à luz dos riscos colocados pelas novas variantes do vírus", pode
ler-se nas conclusões de Charles Michel.
Citado pela agência Lusa, o presidente do Conselho Europeu afirmou
que todos os líderes concordam com "a necessidade manter medidas restritivas e,
nalguns casos, talvez adaptá-las ou reforçá-las", incluindo no domínio das
viagens transfronteiriças.
Ainda não há um entendimento entre os 27 quanto às medidas
restritivas adicionais a adoptar para "desencorajar fortemente" as
viagens consideradas não essenciais, tendo Charles Michel insistido na
necessidade de, ao contrário do sucedido em 2020, as medidas serem decididas
"de uma forma coordenada", ainda que o encerramento de fronteiras seja uma
matéria da competência dos Estados-membros.
Certo é que, pelo menos numa primeira fase, os certificados
de vacinação não serão utilizados para efeitos de deslocações, mas apenas para
fins médicos. "Numa fase posterior poderemos ver se, quando e em que
circunstâncias este certificado pode ser usado. Agora é prematuro e
irrealista", disse.
A concluir, Charles Michel apontou que a reunião de ontem
confirmou a "total mobilização dos 27 chefes de Estado e de Governo em duas
frentes": por um lado, acelerar o processo de vacinação da população europeia,
e, por outro, continuar a limitar a propagação do vírus, sobretudo das novas
variantes.
Charles Michel congratulou-se ainda com o acordo unânime de
hoje dos 27 - não em sede de Conselho Europeu (chefes de Estado e de Governo),
mas do Conselho da UE - em torno de uma recomendação de um quadro comum para a
utilização de testes rápidos de antigénio para a covid-19 e reconhecimento
mútuo dos resultados por toda a União.
De acordo com uma nota divulgada pelo Conselho, esta
recomendação, que não é juridicamente vinculativa, estabelecendo apenas "boas
práticas" que os 27 são encorajados a seguir, foi "negociada nos órgãos
competentes do Conselho e adotada sob a Presidência Portuguesa", por meio de
procedimento escrito, e surge na sequência da vontade expressa pelos chefes de
Estado e de Governo da UE em dezembro passado.
Os componentes chave desta recomendação incluem a validação
e reconhecimento mútuo de testes rápidos de antigénio e testes PCR entre os
Estados-membros, a partilha de um conjunto normalizado de dados,
preferencialmente através de uma plataforma digital, o desenvolvimento de uma
lista comum de testes rápidos de antigénio para a covid-19, e a priorização de
situações para a utilização de tais testes, como por exemplo contactos próximos
com casos confirmados, entre outros.
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Portugal suspende voos de/para o Reino Unido
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